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Arquitetos: JBMC Arquitetura e Urbanismo
- Área: 9007 m²
- Ano: 2017
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Fotografias:Nelson Kon
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Fabricantes: Hunter Douglas, Açoport, IBPC
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Linha 2 do Metrô de Salvador, concessão pública do Estado da Bahia com construção e operação privadas, possibilita a ligação entre o centro econômico de Salvador, na região do Iguatemi/ Rodoviária e o Aeroporto Internacional.
Os projetos foram iniciados em 2013 e sua implantação no ano seguinte, estando já em operação parcial e em acelerado processo de construção do trecho final, com horizonte de 2017 para sua conclusão. Compreenderá um total de 12 estações de superfície, sendo 9 típicas e 3 projetadas sob condições específicas - incluindo um significativo retrofit, bem como 3 terminais rodoviários urbanos associados ao sistema e ainda 13 km. lineares de paisagismo, com pista de corrida e ciclovia ao longo da via metroviária.
As estações típicas – Pernambués, Imbuí, CAB, Pituaçu, Flamboyant, Tamburugy, Bairro da Paz e Mussurunga– com exceção da primeira, foram posicionadas no canteiro central da Av. Paralela, que tem 50 m. de largura em média, em áreas urbanas de diferentes configurações, que condicionaram particularidades de implantação, apesar das premissas de padronização. A Estação Aeroporto, embora tenha aplicado os conceitos deste projeto, teve desenvolvimento posterior, por terceiros.
As estações foram desenvolvidas em dois pavimentos, com as plataformas em nível próximo a superfície e o mezanino no pavimento superior. Com a necessidade de ingresso na cota elevada do mezanino, as passarelas de acesso às estações – cujo detalhamento final ficou fora do escopo deste projeto, pois fazem parte de um padrão do município - foram interpretadas como elementos de conexões urbanas para promover travessias seguras entre as diferentes cotas das margens da Av. Paralela, as estações e a ciclovia.
A utilização de sistemas construtivos pré-fabricados foi imprescindível para atendimento do curto cronograma e exigência de baixo custo de construção e fez com o que o projeto arquitetônico tivesse forte alinhamento com as decisões de engenharia e do cliente final, tanto o construtor como o futuro operador.
A decisão pelo uso de telha metálica autoportante determinou o partido de Arquitetura das estações, definidas por arcos de 23 m. de vão, pré-pintados e conformados em obra. Para preservar a possibilidade de ventilação e iluminação natural, a cobertura foi seccionada em 11 trechos inclinados a 10 graus, formando uma sequência de sheds abobadados.
Os pilares pré-moldados em concreto inclinados foram concebidos para dar continuidade ao desenho da curvatura das telhas autoportantes e proporcionar menor ocupação na superfície, necessária na implantação de Pernambués, onde o espaço era exíguo, e favorável nas demais por liberar espaço para uso público, em jardins ou para a ciclovia.
A articulação destes dois elementos construtivos determinou a espacialidade interna e a leitura externa das estações, reforçada pela aplicação cromática, comum a toda a Linha, que reconhece a rica condição natural e cultural de Salvador.